segunda-feira, 17 de março de 2008

Aquela rapariga "muita gíria"

Relato - muito ligeiramente alterado - de uma conversa quase absurda que presenciei há uns tempos, no escritório, no meu último emprego, e da qual me lembrei ontem ao encontrar-me "na noite" com antigos colegas desse mesmo local de trabalho:


Ela
- Não há por aí um prego?
Ele
- Epá, não sei, eu pedi uma bifana… foi a Alexandra que tratou dos pedidos hoje…
- Pois, ‘tá bem… Não tens um garrett, tu?
- Não sei… sou capaz de ter lá em casa qualquer coisa… vou ver à estante e… digo-te amanhã…?
- Olha lá, arranja-se aí um night ou não???
- Por acaso… hoje devo ir até ao Bairro com uns amigos… não sei se…queres ir…?
- Tens piada tu… dá-me lá um cimoque, vá!!!!
- Ah…! Queres um cigarro, é isso!? Tenho aqui… espera… toma.

O típico "Posso-te cravar um cigarro?" teria sido bem mais simples e eficaz mas tinha-se perdido este inesperado momento linguisticamente fértil e inspirador...

2 comentários:

Anônimo disse...

Genial...

Goncalo disse...

Não sou um linguista, mas posso afiançar que essas expressões já são bastante antigas, nomeadamente na gíria moscavidense (cito em particular o eixo linguístico solar do ribatejo-tropical) há mais de 10 anos. Como essa gíria acaba por se expandir pela chamada tradição oral, ao longo dos anos, é perfeitamente natural que essas expressões sejam ouvidas noutros pontos da Grande Lisboa.